No mundo estranho em que vivemos, dominado pelo egoísmo, pelo materialismo, pela ambição, este é o tempo ideal para cada um de nós se questionar sobre qual o seu papel que nele tem desempenhado, como homem e como cristão, na defesa e preservação dos valores que constituem o seu património religioso e cultural.
Para isso, é essencial ter a coragem de mergulhar ao fundo da sua consciência e separar o trigo do joio. Como ser livre e inteligente, tem de saber encontrar o que fez e não devia ter feito, o que devia ter feito e não fez. E avaliar as consequências das suas atitudes e comportamentos. Para si próprio e para os outros.
Essa introspecção terá de levá-lo a procurar a emendar-se, a comprometer-se a corrigir os seus erros, e a Quaresma, momento de maior sacrifício e de redenção, é o pilar da sua vontade.
Pela partilha e pela Caridade, cada um de nós descobrirá o rumo novo da sua vida a caminho da Salvação- retribuindo a Cristo dentro das suas limitações e da sua condição humana, a mais sublime de todas as dádivas: morrer na cruz por Amor a cada um de nós.
Será a sua ressurreição, a ressurreição da sua "morte" interior - tal como Jesus ressuscitou, a mostrar-nos que o pecado nada pode contra a vontade de amar.
De amar o próximo como a nós mesmos - como nos ensina o mais belos dos mandamentos.
è importante que saibamos fazer da Quaresma que à poucos dias se iniciou o verdadeiro tempo de preparação para a Páscoa - a "ponte", a "passagem" que nos poderá levar, mais conscientes do que somos e queremos, à outra margem do rio da vida.
Vale a pena pensar nisto!!!
A. Pereira Caldas
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